No dia 7 de maio, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, recebeu a oficial de Justiça Cristiane Oliveira na sede da Corte. Ela foi responsável por entregar, diretamente em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), uma intimação ao presidente Jair Bolsonaro. O ato gerou repercussão pública e levou a Corte a manifestar apoio à servidora.
Durante o encontro, Barroso expressou solidariedade à oficial, que teria sido alvo de constrangimentos enquanto desempenhava sua função. A ministra Carmen Lúcia também participou da recepção e destacou que Cristiane pode ter sofrido um episódio de machismo ao ser filmada durante o cumprimento da ordem judicial.
O caso reacendeu debates sobre os limites legais e éticos em procedimentos judiciais que envolvem pacientes em estado grave de saúde. O artigo 244 do Código de Processo Civil brasileiro estabelece que pessoas gravemente enfermas não devem ser citadas judicialmente, exceto para evitar o perecimento de direitos. A aplicação desse dispositivo no episódio em questão foi questionada por juristas e repercutiu amplamente nas redes sociais.
A presença da servidora na UTI, ainda que dentro da legalidade sob determinadas interpretações, gerou críticas de diversos setores que consideram o ato desproporcional diante do estado de saúde do presidente. O gesto do STF em receber e apoiar a oficial de Justiça foi lido, por seus críticos, como um endosso institucional ao episódio.
A discussão gerou comparações históricas e políticas no debate público, refletindo o acirramento de posições entre os Poderes e suas interpretações sobre o equilíbrio entre dever funcional, legalidade e humanidade em situações de vulnerabilidade. O caso segue como mais um capítulo da polarização institucional que marca o cenário político brasileiro em 2025.