O Movimento Brasil Livre (MBL) anunciou nesta quarta-feira (7) a expulsão do vereador João Bettega (União), de Curitiba. A medida foi tomada por unanimidade e veio acompanhada da exoneração coletiva dos nove assessores parlamentares do gabinete do vereador.
Segundo nota oficial assinada por Renan Santos, coordenador nacional do MBL, a expulsão foi motivada por três fatores principais: “traição”, falta de atuação política efetiva e conivência com supostos crimes praticados por integrantes do Partido Liberal (PL) em Curitiba. O texto também critica a postura de Bettega nas redes sociais e sua ausência em atividades relevantes do movimento.
De acordo com o comunicado, o grupo estadual do MBL tentou dialogar com o vereador por semanas, mas encontrou resistência. Renan afirma que Bettega teria feito exigências políticas em troca de “acenos” ao MBL e que usou o medo como instrumento de controle no gabinete.
O rompimento definitivo teria ocorrido após a divulgação de uma entrevista em que o vereador criticava o MBL e expressava apoio à agenda do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ainda segundo o movimento, a entrevista foi gravada anteriormente, mas divulgada no “momento considerado estratégico” por Bettega.
O coordenador estadual do MBL no Paraná, Willian Rocha, também se manifestou. Ele classificou a gestão do vereador como frustrada, alegando falta de produtividade, rigidez intelectual e individualismo. A renúncia coletiva dos assessores foi descrita como uma demonstração de respeito aos militantes do movimento.
João Bettega foi eleito em 2024 pelo União Brasil com mais de 12 mil votos. Formado em Direito pela PUC-PR, também atua como influenciador digital, com mais de 1 milhão de seguidores.
Vereador nega acusações e afirma ter sido ameaçado
Em resposta à expulsão, João Bettega apresentou sua versão dos fatos. Ele alegou que os conflitos internos no gabinete se intensificaram nas últimas semanas e relatou um episódio em que um assessor o teria ameaçado verbalmente. Segundo Bettega, ele buscou apoio da direção do MBL, mas não recebeu respaldo e acabou sendo expulso por tentar exonerar o funcionário envolvido.
O vereador também afirmou ter sido alvo de ameaças por parte de outros membros do movimento. “Falaram que ‘coisas ruins vão acontecer comigo’”, declarou.