O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, declarou à Justiça Eleitoral, em 2022, que possuía R$ 431 mil em espécie. A informação consta na prestação de contas de sua campanha à reeleição como deputado federal, cargo ao qual não foi reconduzido naquele pleito.
Embora não seja crime manter grandes quantias em dinheiro vivo, a prática costuma gerar alertas em órgãos de controle. O Senado Federal analisa atualmente um projeto que busca restringir esse tipo de operação, com limites para transações acima de R$ 10 mil e a guarda de valores superiores a R$ 300 mil.
Além do montante em espécie, Wolney declarou participação em três empresas e a posse de um imóvel avaliado em R$ 596,4 mil, localizado em Caruaru (PE). O patrimônio declarado em 2022 foi de R$ 1,7 milhão, abaixo dos R$ 2,2 milhões registrados em 2018. Em 2006, ele havia declarado R$ 355,9 mil. Questionado pelo jornal O Globo, o ministro não explicou os motivos para manter a quantia em espécie.
A nomeação de Wolney Queiroz para o ministério ocorreu após a saída de Carlos Lupi, que deixou o cargo fragilizado por suspeitas envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Antes disso, Wolney ocupava a função de secretário-executivo da pasta.
Carlos Lupi, ex-ministro e presidente do PDT, indicou Alessandro Stefanutto para a presidência do INSS. Stefanutto foi exonerado após se tornar alvo de investigação da Polícia Federal no âmbito de fraudes relacionadas a descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Embora não tenha sido citado formalmente nas apurações, Lupi reconheceu que foi alertado sobre os problemas, mas não tomou providências imediatas.
Em nota e publicações nas redes sociais, Lupi afirmou que nenhuma irregularidade foi cometida por ele e que todas as áreas da Previdência colaboraram com as investigações desde o início. A Polícia Federal apura o envolvimento de entidades sindicais no suposto esquema de fraudes envolvendo benefícios do INSS.