O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), declarou nesta terça-feira (6) que a crise envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está “extinta”. Para o senador, a exoneração do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e a saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, seriam suficientes para conter os prejuízos causados pelo esquema investigado pela Polícia Federal.
Wagner também criticou a proposta de abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o caso. Segundo ele, as investigações conduzidas pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal já resultaram em prisões e identificaram os principais envolvidos. “Caiu o presidente do INSS, caiu o ministro. Qual é a crise agora?”, questionou.
A fala do senador ocorre em meio à mobilização da oposição, que recolheu assinaturas para instaurar uma CPMI sobre as fraudes. Em resposta, Wagner afirmou que o Senado não deve ser transformado em “delegacia de polícia”, argumentando que a maioria dos desvios ocorreu em gestões anteriores ao governo Lula.
A crise ganhou notoriedade após a deflagração da Operação Sem Desconto, que apura um esquema de descontos ilegais aplicados a aposentados e pensionistas. Segundo a Polícia Federal, as fraudes teriam causado um prejuízo de R$ 6,5 bilhões entre 2019 e 2024.
Carlos Lupi, que pediu demissão no dia 2 de maio, negou qualquer envolvimento com o esquema. Em nota, agradeceu ao presidente Lula pela confiança e reiterou que as investigações sempre contaram com o apoio do ministério e de órgãos de controle.