A criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que pretende investigar descontos irregulares em benefícios do INSS foi formalmente solicitada nesta segunda-feira (12) pela deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) e pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF). A proposta já conta com apoio suficiente de parlamentares para tramitar no Congresso.
O requerimento alcançou 223 assinaturas de deputados e 36 de senadores, superando o mínimo exigido de 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado. A CPMI tem como objetivo apurar possíveis fraudes que, segundo a Polícia Federal, teriam causado um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, por meio de descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
Entre os parlamentares que apoiaram o pedido estão membros de partidos como PL, Novo, Progressistas, PRD, Republicanos, Cidadania, PSDB, União, PSD, PSB, Avante, MDB, Podemos e Solidariedade. Já partidos como PT, Psol, PV, PDT e Rede não aderiram à proposta.
A deputada Coronel Fernanda destacou que a investigação busca esclarecer como funcionava o suposto esquema e quem foi beneficiado. “Estamos tratando de uma fraude com impacto direto sobre a Previdência”, afirmou.
A leitura do requerimento da CPMI ainda depende de uma sessão conjunta do Congresso, prevista para 27 de maio. Até lá, parlamentares da oposição pretendem ampliar o apoio à iniciativa, especialmente entre lideranças partidárias.
A senadora Damares Alves expressou otimismo quanto à adesão de novos parlamentares. “Há um interesse evidente em esclarecer os fatos”, declarou. “A população quer uma apuração transparente.”
As suspeitas de fraude no INSS também geraram repercussões no cenário político. Reportagem da coluna No Ponto indicou que o tema foi discutido em reunião entre líderes da base do governo e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Vídeos obtidos pela coluna mostram a ministra abordando o assunto sob a ótica de uma “disputa política”, sem mencionar responsabilizações ou punições.