Durante viagem oficial a Moscou neste sábado (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a origem das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) remonta ao período do governo de Jair Bolsonaro. Em declaração à imprensa, Lula sugeriu que os responsáveis pela criação do esquema atuavam na administração anterior, apontando 2019 como marco inicial das irregularidades.
Segundo o presidente, a atual gestão não tem responsabilidade direta sobre os desvios. Ele ressaltou que foi por meio da Controladoria-Geral da União (CGU) que o esquema fraudulento foi desarticulado, e garantiu que os bens das entidades envolvidas serão bloqueados para garantir a reparação aos prejudicados.
O escândalo provocou a saída de Carlos Lupi do cargo de ministro da Previdência Social, após a revelação de que ele havia sido informado sobre o crescimento de descontos indevidos aplicados a aposentadorias. Para ocupar a pasta, Lula nomeou Wolney Queiroz, que, segundo registros, participou de reuniões com organizações atualmente investigadas, ainda durante seu período como secretário-executivo.
Dados levantados apontam que representantes do Ministério da Previdência Social estiveram em pelo menos 15 encontros com entidades agora alvo de apuração pela Polícia Federal.
Por outro lado, Jair Bolsonaro contestou as acusações. Em entrevista recente, o ex-presidente citou a Medida Provisória nº 871, de 2019, como parte dos esforços para combater fraudes no INSS durante sua gestão. De acordo com ele, a medida visava revisar benefícios com indícios de irregularidade e conter abusos envolvendo sindicatos.
O embate em torno das responsabilidades pela crise no INSS ocorre enquanto a investigação segue em andamento, com novos desdobramentos esperados por parte das autoridades federais.