As exportações brasileiras de soja desempenham papel fundamental na valorização do real e, indiretamente, na redução dos preços de produtos importados, como o iPhone. Em 2024, a cadeia produtiva ligada à soja foi responsável pela entrada de US$ 55 bilhões no país, contribuindo para equilibrar a cotação do dólar frente à moeda brasileira.
Empresas multinacionais como a Apple operam com lucros calculados em dólar, moeda que também serve de referência para os acionistas da companhia. Com isso, quanto mais o real se valoriza em relação à moeda americana, mais competitivos se tornam os preços de produtos como o iPhone no mercado brasileiro.
Segundo dados do comércio exterior, a soja foi o segundo principal item de exportação do Brasil em 2024, gerando US$ 43 bilhões, atrás apenas do petróleo, que somou US$ 45 bilhões. Além disso, carnes de frango e suíno, que dependem da soja como base para ração animal, renderam mais US$ 12 bilhões em exportações.
Essa cadeia produtiva — soja e carnes — representou um em cada seis dólares gerados por exportações no país ao longo do ano. O impacto positivo na balança comercial contribuiu para o aumento da oferta de dólares no Brasil, o que ajuda a conter a valorização da moeda americana.
Com mais dólares em circulação, o câmbio tende a se estabilizar ou cair, o que influencia diretamente o preço final de diversos produtos importados no varejo nacional. Dessa forma, o desempenho do agronegócio brasileiro, especialmente da soja, exerce influência direta sobre o poder de compra do consumidor.