Cinco opositores do governo de Nicolás Maduro, ligados à líder venezuelana María Corina Machado, chegaram aos Estados Unidos após uma operação de resgate conduzida com apoio internacional e sob sigilo diplomático. O grupo estava asilado na embaixada da Argentina em Caracas, sob tutela do governo brasileiro, desde março de 2023.
A confirmação foi feita nesta terça-feira (6) por autoridades norte-americanas. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, celebrou a operação em publicação nas redes sociais, classificando os opositores como “reféns do regime Maduro”. Segundo Rubio, o resgate representa um avanço diante das violações de direitos humanos e da ameaça à segurança regional atribuídas ao governo venezuelano.
A operação, que resultou na saída segura dos cinco assessores para solo norte-americano, incluiu a concessão de salvo-condutos após intensas negociações com representantes internacionais e autoridades do governo Maduro, conforme divulgou o portal pró-regime Venezuela News.
Os asilados haviam procurado refúgio na embaixada argentina em meio a mandados de prisão emitidos pelo procurador-geral da Venezuela, próximo ao presidente Maduro, às vésperas das eleições presidenciais. Desde então, permaneciam sob proteção diplomática, enquanto enfrentavam o risco de detenção.
Apesar de ser responsável pela custódia da embaixada argentina em Caracas — após a expulsão dos diplomatas argentinos pelo regime chavista — o Brasil não participou diretamente da articulação final do resgate. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o Itamaraty buscava a concessão dos salvo-condutos, mas não foi informado sobre os detalhes da operação coordenada pelos EUA.
No total, seis pessoas faziam parte do grupo original. Em dezembro, Fernando Martínez Mottola deixou a embaixada após obter liberdade condicional das autoridades venezuelanas. Ele faleceu dois meses depois, em fevereiro, devido a complicações de saúde.