Um grupo de 59 sul-africanos da etnia africâner desembarcou nos Estados Unidos nesta segunda-feira (12), após a assinatura de uma ordem executiva pelo presidente Donald Trump. A medida determina prioridade a refugiados africâneres que alegam sofrer discriminação racial injusta na África do Sul.
O voo fretado pelo governo norte-americano chegou ao Aeroporto Internacional de Dulles, próximo a Washington, e foi recebido por autoridades, incluindo o subsecretário de Estado, Christopher Landau. As famílias foram acolhidas com bandeiras dos Estados Unidos e orientações sobre o processo de adaptação no país.
De acordo com documentos fornecidos aos recém-chegados, os refugiados receberão auxílio habitacional temporário, acompanhamento de assistentes sociais e incentivo à inserção no mercado de trabalho. O material reforça que os adultos devem buscar empregos iniciais em setores como armazenamento, manufatura e atendimento ao cliente, com possibilidade de progressão profissional.
Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, classificou o acolhimento como uma resposta a perseguições baseadas em raça. O presidente Donald Trump também comentou o tema, mencionando episódios de violência contra fazendeiros brancos na África do Sul e medidas de expropriação de terras.
Fontes consultadas pela mídia pública norte-americana, NPR, informaram que a maioria dos refugiados pretende se estabelecer em estados como Minnesota, Nevada, Idaho, Carolina do Norte e Iowa. Aqueles sem familiares no país serão alocados em regiões com organizações locais aptas a oferecer suporte.
A velocidade do processo chamou atenção. Diferente da espera enfrentada por muitos refugiados ao redor do mundo, os africâneres conseguiram a aprovação em aproximadamente três meses. Um funcionário do governo, sob anonimato, declarou que o caso levanta suspeitas de “fraude imigratória”.
A ordem executiva determina que os departamentos de Estado e de Segurança Interna tomem medidas para priorizar a admissão de africâneres vítimas de discriminação racial injusta. A embaixada dos EUA na África do Sul também anunciou oficialmente o programa direcionado a minorias afetadas.
A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou que a decisão está alinhada com a política externa America First, reforçando o compromisso de proteger vítimas de discriminação. O Comitê de Refugiados e Imigrantes dos EUA (USCRI) confirmou que seguirá as orientações do governo, enquanto a Organização Internacional para as Migrações (OIM), ligada à ONU, optou por não participar da iniciativa.