Durante visita oficial a Pequim, a relação comercial entre Brasil e China voltou a evidenciar um cenário de interdependência econômica crescente. O Brasil fornece insumos fundamentais para a cadeia de produção de alimentos e para setores industriais estratégicos da China, consolidando-se como parceiro-chave no abastecimento do país asiático.
A produção de carne na China depende, em grande parte, da soja brasileira. Aproximadamente 70% da soja consumida pelos chineses tem origem no Brasil. Rica em proteína, essa matéria-prima é essencial para a fabricação de ração utilizada na engorda de suínos, frangos, patos, peixes e até do rebanho bovino chinês, majoritariamente criado em confinamento.
A relevância do Brasil no abastecimento de proteína animal também se destaca na carne bovina. A China importa cerca de 33% de sua demanda e quase metade desse volume provém de frigoríficos brasileiros.
Principais produtos agrícolas e minerais exportados do Brasil para a China:
- Soja: cerca de 70% da soja consumida na China vem do Brasil;
- Carne bovina: aproximadamente 50% das importações chinesas têm origem brasileira;
- Minério de ferro: 20% do total utilizado na China em 2024 veio do Brasil;
- Nióbio: Brasil fornece cerca de 90% do nióbio comercializado no mundo.
Além da agricultura, o setor industrial chinês também é fortemente abastecido por matérias-primas brasileiras. Em 2024, a China consumiu 1,3 bilhão de toneladas de minério de ferro, sendo cerca de 20% oriundos de minas brasileiras. Outro destaque é o nióbio, utilizado em ligas metálicas e na produção de baterias. O Brasil concentra quase todas as reservas conhecidas desse mineral e é responsável por aproximadamente 90% da oferta global.
Por fim, o Brasil também representa um mercado consumidor estratégico para os produtos chineses, com seus mais de 200 milhões de habitantes consumindo itens como computadores e carros elétricos fabricados no país asiático.