Empreender no Brasil continua sendo um desafio marcado por entraves burocráticos, alta carga tributária e um ambiente regulatório que impõe custos significativos às empresas. Segundo reportagem publicada na Edição 268 da Revista Oeste, empreendedores enfrentam obrigações fiscais complexas e onerosas que impactam diretamente o funcionamento e a sustentabilidade dos negócios no país.
De acordo com dados do Banco Mundial, uma empresa brasileira gasta, em média, 1.500 horas por ano apenas para atender às exigências fiscais — dez vezes mais do que o registrado em países desenvolvidos. Além disso, as obrigações são distribuídas entre os níveis federal, estadual e municipal, cada um com suas próprias exigências e cobranças.
O cenário é ainda mais crítico em estados como o Rio de Janeiro, que possui a segunda maior alíquota de ICMS do país, fixada em 22%, atrás apenas do Maranhão. Mesmo com um dos maiores PIBs estaduais, o Rio registrou mais de 180 mil fechamentos de empresas em 2023, ficando atrás de estados com carga tributária semelhante em número de novos negócios abertos.
Um exemplo de resistência a esse cenário é a Panificação Oceano, localizada na Ilha do Governador, na capital fluminense. O empreendimento, que opera há 27 anos, convive com os desafios crescentes impostos pelo sistema tributário e regulatório. José Alexandre Pinto, um dos sócios, relata que os custos com impostos, contabilidade e encargos trabalhistas consomem cerca de 30% do faturamento mensal da empresa.
Além da carga tributária, o processo de contratação e demissão de funcionários também impõe gastos elevados, o que desestimula a expansão de negócios e a geração de empregos formais.
- Empresas brasileiras gastam 1.500 horas por ano com obrigações fiscais.
- O Rio de Janeiro tem a segunda maior alíquota de ICMS do país: 22%.
- Mais de 180 mil empresas fecharam no estado em 2023.
- Custos com tributos e obrigações podem consumir até 30% do faturamento.
- Despesas trabalhistas elevadas dificultam contratação e manutenção de pessoal.
A reportagem destaca que a estrutura tributária e administrativa brasileira impõe barreiras significativas ao empreendedorismo e compromete a competitividade do setor privado. Enquanto não há mudanças concretas no ambiente regulatório, empresários continuam a enfrentar dificuldades para manter suas atividades e contribuir para o crescimento econômico do país.