As exportações de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos registraram um crescimento expressivo de 500% entre abril de 2024 e abril de 2025, mesmo após a imposição de uma tarifa alfandegária de 10% pelo governo norte-americano. O volume embarcado saltou de aproximadamente 8 mil para quase 50 mil toneladas no período, consolidando os EUA como o segundo maior destino da carne brasileira, atrás apenas da China.
A alta nas exportações ocorre apesar da mudança na política tarifária adotada pela Casa Branca em março de 2025. Anteriormente, o Brasil usufruía de uma cota anual de 65 mil toneladas isentas de impostos. Com a nova regra, a alíquota de 10% passou a ser aplicada inclusive dentro da cota, enquanto os embarques que excedem esse limite estão sujeitos a uma tarifa de quase 40%.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), de janeiro a abril de 2025, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram mais de 135 mil toneladas. Isso representa quase 15% de toda a carne bovina exportada pelo Brasil no período.
O principal fator por trás da alta demanda norte-americana é a escassez de gado nos Estados Unidos, que enfrentam o menor rebanho bovino desde 1951. A queda na oferta interna, combinada com a pressão da inflação sobre os alimentos, abriu espaço para o aumento das compras da carne brasileira, mesmo com os custos adicionais impostos pela nova política tarifária.
A expectativa do setor é de que o fluxo de exportações para os Estados Unidos continue elevado nos próximos meses, impulsionado pelas condições do mercado norte-americano.