José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, faleceu nesta terça-feira (13), aos 89 anos. A informação foi confirmada pelo atual presidente do país, Yamandú Orsi, que lamentou a perda e destacou o papel de Mujica como líder político e figura importante da história uruguaia.
Em publicação nas redes sociais, Orsi descreveu Mujica como “presidente, ativista, líder e amigo”, expressando gratidão e reconhecimento por sua trajetória pública. Em abril de 2024, Mujica havia revelado que enfrentava um câncer no estômago, com o órgão já gravemente comprometido. Ele também convivia com uma doença imunológica crônica há mais de duas décadas, que afetava seus rins.
Nascido em Montevidéu, em 20 de maio de 1935, José Alberto Mujica Cordano foi uma das figuras mais conhecidas da política uruguaia. Nos anos 1960, integrou o Movimento de Libertação Nacional (Tupamaros), grupo guerrilheiro que realizou ações como assaltos a bancos, com o objetivo de redistribuir o dinheiro à população carente.
Durante esse período, Mujica foi ferido em confrontos e chegou a fugir da prisão duas vezes, sendo capturado definitivamente em 1972. Após a redemocratização do país, teve papel ativo na política institucional.
Assumiu a presidência do Uruguai em 2010, sucedendo Tabaré Vázquez. Seu governo, que durou até 2015, foi marcado pelo aumento do gasto social, que passou de 60,9% para 75,5% do total das despesas públicas. Também promoveu medidas consideradas progressistas, como a legalização da maconha, em 2012, como estratégia para combater o narcotráfico.
Após deixar a presidência, Mujica exerceu o cargo de senador até 2020, quando se afastou por motivos de saúde durante a pandemia de covid-19.