O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica enfrenta um estágio terminal de câncer de esôfago e está sob cuidados paliativos, conforme confirmou sua esposa, a ex-vice-presidente Lucía Topolansky. A família concentra esforços para garantir conforto e tranquilidade neste momento delicado.
A condição de saúde de Mujica foi divulgada em janeiro, quando o próprio político informou que a doença havia se espalhado pelo corpo. Na ocasião, declarou que não se submeteria a novos tratamentos devido a doenças crônicas e à idade avançada, que o impedem de realizar quimioterapia ou cirurgia. “Estou morrendo”, disse em entrevista ao jornal Búsqueda, pedindo que não fosse mais procurado para entrevistas. “Meu ciclo já terminou.”
Neste domingo, 11 de maio, Mujica não participou das eleições regionais em Montevidéu. Segundo Topolansky, a viagem representaria um esforço físico excessivo e foi desaconselhada pelos médicos.
O atual presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, que foi vice de Mujica, manifestou solidariedade e pediu que a privacidade do ex-presidente seja respeitada. “Todos devemos contribuir para garantir que, em todas as fases de nossas vidas, a dignidade seja a chave”, afirmou.
Mujica ocupou a presidência do Uruguai entre 2010 e 2015 e é reconhecido internacionalmente por sua trajetória política ligada à esquerda latino-americana. Antes da redemocratização do país, foi preso por 13 anos durante a ditadura militar, período em que atuou como guerrilheiro.