O soldado Edan Alexander, com cidadania norte-americana e israelense, foi libertado pelo Hamas nesta segunda-feira (12) após 584 dias de cativeiro e reencontrou a família em Israel. A operação de libertação foi realizada sem a participação direta do governo israelense e contou com apoio de representantes dos Estados Unidos.
Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), Edan foi transferido da Faixa de Gaza para a Cruz Vermelha internacional e, posteriormente, recebido por militares israelenses. A família, vinda dos Estados Unidos, aguardava o reencontro em uma instalação próxima ao Kibutz Re’im, no sul de Israel.
Edan, de 21 anos, servia na Brigada Golani e foi sequestrado durante os ataques de 7 de outubro, enquanto estava em sua base militar. Crescido em Nova Jersey, nos EUA, ele se tornou cidadão israelense com o objetivo de integrar as forças de defesa.
A libertação foi resultado de uma operação coordenada iniciada às 18h30, a partir da cidade de Khan Younis, segundo fontes do braço militar do Hamas e das FDI. A entrega do refém à Cruz Vermelha foi o primeiro passo para o retorno seguro.
O caso ganhou destaque diplomático após a intervenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que conversou por telefone com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Após o contato, Netanyahu decidiu enviar uma delegação a Doha, no Catar, para retomar as negociações de libertação de reféns, previstas para terça-feira (13). O total de pessoas ainda mantidas em cativeiro é de 59.
O representante norte-americano no Oriente Médio, Steve Witkoff, acompanhou o reencontro da família e classificou o momento como simbólico, citando declarações de Winston Churchill sobre a Segunda Guerra Mundial.
A libertação de Edan é vista como um gesto político significativo, especialmente diante da visita de Trump ao Oriente Médio entre os dias 13 e 16, com escalas na Arábia Saudita e Emirados Árabes. A pauta da viagem inclui acordos de paz entre Israel e os sauditas, além de negociações nucleares envolvendo o Irã.