No cenário político e jurídico brasileiro, o apoio do advogado Cristiano Zanin à criminalização do porte de maconha para uso pessoal gerou intensa agitação. O fato ocorreu em menos de 24 horas e acendeu uma discussão nos bastidores sobre a próxima indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que o voto de Zanin diferiu da visão de uma parcela significativa da base petista, que defende a descriminalização do porte para uso pessoal. Tal opinião é vista, especialmente neste partido, como um passo para reduzir o encarceramento em massa e dissipar desigualdades.
A insatisfação entre os petistas não veio à luz do dia, mas foi relatada de forma velada, com a maior parte dos comentários vindos dos bastidores. Um ministro do governo Lula deu a entender o clima de insatisfação à CNN. Outro líder petista, com grande trânsito no STF, recordou que Zanin já havia votado contra a equiparação da LGBTfobia ao crime de injúria racial, o que também gerou descontentamento.
Esse cenário leva a crer que a próxima nomeação ao STF seja de uma mulher, visando representar e defender as bandeiras históricas do partido. Essa suposição vai de encontro a sinais recentemente dados pelo próprio presidente Lula, cujos interlocutores afirmam que o mesmo vinha considerando escolher um novo ministro que favorecesse o fortalecimento da base governista. O cenário sugere possíveis nomes cotados, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB).