A Casa de apostas Blaze teve sua plataforma online bloqueada para todos os usuários no Brasil por determinação da Justiça de São Paulo, expedida nesta segunda-feira (4). A decisão surge em meio à investigação conduzida pela CPI das Pirâmides Financeiras que inclui a empresa em seu radar. A medida ainda abrange a influenciadora digital Juju Ferrari, cujo perfil de Instagram vem sendo utilizado para a divulgação dos serviços da Blaze.
A notícia sobre a ordem judicial foi inicialmente veiculada pelo portal ABC 360 Notícias e posteriormente confirmada pela Itatiaia. Segundo o documento, que foi assinado pelo Superintendente de Fiscalização da Anatel, Marcelo Alves da Silva, o site da Blaze deveria estar indisponível para o público imediatamente. Contudo, ainda que firmada às 15h05, a plataforma continuou acessível até o início da noite, mostrando apenas instabilidades para alguns usuários.
A solicitação para o bloqueio foi encaminhada no último dia 22 de agosto pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo. A determinação do juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner visa também a suspensão do perfil de Instagram da influenciadora Juju Ferrari, que atua nas divulgações da empresa.
Segundo o juiz Kellner, a empresa Blaze promove um tipo de aposta chamado Crash, onde o jogador “testa a sorte” ao tentar acertar o momento de sair e assim obter lucro. O magistrado classificou o jogo como um “jogo de azar correspondente a softwares geralmente adquiridos fora do país”.
Na denúncia, o juiz fez menção sobre a presença de milhares de reclamações contra a empresa no site Reclame Aqui, além de diversos boletins de ocorrência, alegando indícios de fraude nas vendas de sinais para jogos de azar.
O perfil de Instagram de Juju Ferrari, citado no processo, está inacessível, embora haja relatos de um novo perfil, supostamente criado por ela, onde continua a divulgação dos serviços da Blaze.
A Blaze tem sido foco de várias denúncias em todo o país. Em julho, um grupo de moradores de Belo Horizonte relatou à Itatiaia perdas que somam aproximadamente R$ 6 milhões após serem persuadidos a “investir” na plataforma pela influenciadora digital. Entre os prejudicados, uma das vítimas afirmou ter aplicado dinheiro na expectativa de arcar com os custos do tratamento médico do filho.
A Blaze também é objeto de inquérito da CPI das Pirâmides Financeiras, conhecida também como CPI dos Criptoativos. Como parte das investigações, foram convocados os presidentes do Santos e do Atlético Goianiense, ambos times patrocinados pela Blaze. Andres Rueda, presidente do Santos, confirmou que o clube recebeu R$ 45 milhões por um contrato de dois anos, com pagamento antecipado de R$ 25 milhões e o restante dividido em 23 parcelas, informando que os pagamentos têm sido realizados em dia.