Portugal é um destino muito procurado por turistas de outros países da Europa e dos Estados Unidos, que aproveitam o verão no hemisfério Norte para visitar o pequeno país ibérico. Para eles, Portugal ainda é um lugar barato, mas para os portugueses, os custos de vida estão cada vez mais altos.
Segundo a Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, Portugal teve o maior aumento nos preços dos serviços de hospedagem em todo o bloco desde 2019. De janeiro a julho deste ano, os valores médios dos hotéis subiram 103%, enquanto na Espanha a alta foi de 91%, na Itália foi de 55% e na Grécia foi de 49%.
Em agosto, mês de pico da temporada turística, as diárias em Portugal subiram mais 10,6%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o indicador oficial de inflação, divulgado na terça-feira (12) pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE). A hotelaria foi um dos setores que mais aumentaram no mês, junto com os azeites (10,6%) e o diesel (10,5%), principal combustível dos carros do país. A inflação de agosto foi de 0,32%, e metade dela foi causada pelo turismo.
O problema é que o IPC também é usado como referência para a correção anual dos contratos de aluguel, que afetam diretamente os moradores de Portugal. Com a inflação alta, os inquilinos podem ter que pagar mais caro para continuar morando nos mesmos imóveis. Além disso, muitos proprietários preferem alugar seus imóveis para turistas do que para residentes, o que reduz a oferta e aumenta ainda mais os preços.
Diante desse cenário, muitos portugueses se sentem prejudicados pelo turismo e pedem medidas do governo para proteger os interesses dos moradores. Alguns defendem a limitação do número de imóveis destinados ao turismo ou a criação de impostos específicos para o setor. Outros sugerem a diversificação da economia do país, para que não dependa tanto do turismo e possa oferecer melhores condições de vida para a população.