Na sexta-feira (1°), o tufão Saola, que passou perto da costa da China, causou o cancelamento de centenas de voos, além do fechamento de escolas e empresas, especialmente em Hong Kong. A tempestade, que trouxe consigo ventos fortes e chuvas intensas, é considerada a mais severa a atingir a região nos últimos cinco anos.
Inicialmente classificado como um supertufão na quinta-feira (31), o Saola foi rebaixado na sexta-feira para a categoria de tufão, mas ainda mantém a força de um furacão de categoria 4, com ventos que chegam a 220 quilômetros por hora. A tempestade já atingiu partes do nordeste das Filipinas.
Conforme informações do Departamento de Serviços de Informação de Hong Kong, três pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas ao hospital e houve sete casos de inundações. Até o presente momento, não houve relatos de deslizamentos de terra. Para acolher a população afetada, o Departamento de Assuntos Internos abriu várias abrigos temporários.
A população começou a se preparar para a tempestade na quinta-feira, estocando alimentos e itens essenciais. Os fortes ventos começaram a se intensificar na tarde de sexta-feira, com previsão de que a tempestade se aproxime de Hong Kong e da província de Guangdong, no sul da China, entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado.
Entretanto, o Joint Typhoon Warning Center (Centro Conjunto de Alerta de Tufão) prevê que o centro da tempestade permanecerá no mar, enfraquecendo à medida que se aproxima da terra, chegando a se tornar o equivalente a um furacão de categoria 2.
O Observatório de Hong Kong emitiu na sexta-feira um sinal de alerta de tempestade T10, o nível mais alto de sinalização que levou ao fechamento de escolas e a maioria das empresas. O último alerta desse nível foi emitido em 2018, para o tufão Mangkhut, que causou a morte de 10 pessoas na região vizinha de Macau e causou danos significativos em Hong Kong.
O aeroporto de Hong Kong teve que cancelar 366 voos na manhã de sexta-feira, com mais 40 atrasados, conforme informado pela autoridade aeroportuária da cidade. A Cathay Pacific, principal companhia aérea de Hong Kong, suspendeu todos os voos de e para a cidade desde a tarde de sexta-feira até a manhã de sábado.
Na China continental, as autoridades também emitiram um alerta vermelho de tufão, o nível mais alto num sistema de alerta de quatro níveis, quando Saola se aproximava de Guangdong. Shenzhen, um centro de alta tecnologia na fronteira com Hong Kong, suspendeu todas as aulas, trabalho, negócios, mercados e transporte na sexta-feira. Seu aeroporto internacional suspendeu todos os voos a partir do meio-dia do mesmo dia.
A cidade pediu aos seus 13 milhões de habitantes que fiquem em casa. A administração municipal abriu abrigos de emergência para aqueles que necessitam de refúgio. Cabe destacar que quase 4 mil serviços ferroviários em Guangdong foram suspensos entre quinta e domingo, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.
Hong Kong possui experiência com ciclones tropicais e tufões, que ocorrem várias vezes por ano. Três avisos T8 foram emitidos em 2022, o terceiro alerta mais alto da cidade, emitido mais recentemente para o tufão Talim em julho. Não obstante, a cidade mantém um histórico positivo nas últimas décadas de superar os impactos diretos das tempestades, com um número baixo de vítimas.