Terremoto de 6,8 graus sacode Marrocos e deixa mais de 600 mortos; cidades históricas severamente atingidas

A noite desta sexta-feira (8) marcou o Marrocos com uma forte catástrofe natural – um terremoto de magnitude 6,8 que causou devastação em todo o país. Este incidente resultou em pelo menos 632 mortes e 329 ferimentos, conforme divulgado pelo Ministério do Interior do país à TV estatal. No entanto, as autoridades advertem que o número de vítimas ainda pode subir.

O tremor, com duração de aproximadamente 15 segundos, não diferenciou entre regiões remotas e famosas cidades turísticas. As aldeias nas montanhas do Atlas e a cidade histórica de Marrakesh foram igualmente atingidas.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o terremoto ocorreu por volta das 19h30 (de Brasília), a uma profundidade de 18,5 km. O epicentro foi localizado no alto das montanhas do Atlas, 70 km ao sul de Marrakesh. Esta região próxima ao pico Toubkal – o mais alto do Norte da África, e Oukaimeden – uma popular estação de esqui marroquina, registrou a maior concentração de mortes.

Além de Marrakesh, as províncias de Al Haouz, Ouarzazate, Azilal, Chichaoua e Taroudant também foram fortemente afetadas. O pânico provocado pelo abalo sismico levou homens, mulheres e crianças às ruas, enquanto edifícios oscilavam e colapsavam.

Um segundo tremor, embora mais fraco, ocorreu 15 minutos após o primeiro, acrescentando ao clima de terror e incerteza na região.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, áreas de difícil acesso ao sul de Marrakesh relatam dezenas de mortes. O terremoto, de tão intenso, também foi sentido em países vizinhos e suas repercussões foram reportadas por imprensa de Portugal, Espanha e Argélia.

Na cidade de Talat N’Yaaqoub, o chefe do município, Abderrahim Ait Daoud, confirmou que várias casas desabaram parcial ou totalmente, a eletricidade foi interrompida e estradas foram bloqueadas em alguns trechos. Ele também informou que as autoridades estão trabalhando para limpar as estradas na província e permitir o trânsito de ambulâncias.

Registros em redes sociais mostram a severidade do incidente com imagens de pessoas correndo e gritando perto da Mesquita Koutoubia – um marco do século XII em Marrakesh, que sofreu danos significativos.

Devido à sua localização entre as placas africana e euroasiática, Marrocos é frequentemente atingido por terremotos. O último grande terremoto no Marrocos ocorreu em 2004, quando 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas em Alhucemas, no nordeste do país.

A ONU, por meio de seu porta-voz Stephane Dujarric, já se manifestou, oferecendo apoio ao governo marroquino e se dispondo a ajudar de acordo com as necessidades do país.