O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, está no centro das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro por supostas movimentações financeiras atípicas. Cid realizou uma transferência de R$ 367.374,56 para uma conta de sua titularidade nos Estados Unidos, no banco BB Americas, em 12 de janeiro, quatro dias após os ataques do dia 8. A operação resultou em US$ 70.500, considerando a taxa de câmbio de R$ 5,21.
As informações emergiram de documentos enviados à CPMI, que apontam ainda outra movimentação financeira internacional realizada por Cid em 25 de julho. Enquanto o tenente-coronel estava preso, ele transferiu de uma conta no banco Wells Fargo Bank, nos EUA, para uma conta no Brasil, o valor de US$ 34.391,11, o equivalente a R$ 161.664,92. Além dessas movimentações, a documentação compartilhada com a comissão demonstra diversas aplicações financeiras feitas por Cid durante a administração Bolsonaro, sinalizadas como “atípicas” pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Cid, que acompanhou Bolsonaro em viagens aos EUA e foi preso em 3 de maio sob a suspeita de fraude em cartões de vacinação, é um personagem central de múltiplas investigações. Essas incluem a participação em um esquema de venda de presentes de luxo recebidos pelo governo brasileiro durante o mandato de Bolsonaro. Em 24 de março, a CPMI aprovou um novo requerimento para ouvir Cid, mas a data do depoimento ainda não foi definida. Além disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, proibiu Cid de se comunicar com o ex-presidente e com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.