A 78ª Assembleia Mundial da Saúde teve início nesta segunda-feira (19) em Genebra, Suíça, sem a presença de Taiwan. A proposta de incluir a ilha como observadora foi rejeitada pelos Estados-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS), após forte oposição da China. A exclusão reacende debates sobre política internacional e cooperação em saúde global.
Proposta de inclusão é rejeitada
Belize e São Vicente e Granadinas, dois dos poucos países que mantêm relações diplomáticas formais com Taiwan, lideraram a proposta para que a ilha participasse da assembleia como observadora. Representantes desses países argumentaram que a exclusão de Taiwan “enfraquece nossa capacidade coletiva de preparação e resposta” a crises de saúde. Apesar dos esforços, nenhum país ocidental de destaque apoiou formalmente a proposta, e os Estados Unidos, que planejam deixar a OMS, optaram por não ocupar seu assento durante a votação.
China mantém posição contrária
A China, que considera Taiwan parte de seu território, reiterou sua oposição à participação da ilha em organizações internacionais. O embaixador chinês Chen Xu afirmou que a proposta “desafia abertamente a autoridade da ONU e a ordem internacional do pós-guerra”. O Ministério das Relações Exteriores da China declarou que a postura “separatista” das autoridades taiwanesas eliminou a base política para sua participação na assembleia e negou que a exclusão tenha causado lacunas na preparação para pandemias, classificando essa alegação como uma “mentira política”.
Histórico de participação e exclusão
Entre 2009 e 2016, Taiwan participou das sessões da assembleia da OMS como observadora, durante o governo do então presidente Ma Ying-jeou, que buscou estreitar relações com a China. Desde 2017, após a eleição de líderes com posições pró-independência em Taiwan, a China tem bloqueado a participação da ilha na assembleia.
Campanha por inclusão continua
Apesar das objeções, Taiwan continua a buscar participação em fóruns internacionais de saúde. Uma delegação de Taipei realizou campanhas em Genebra, incluindo a circulação de uma van com imagens culturais de Taiwan, como o chá de bolhas e o arranha-céu Taipei 101, para promover sua inclusão na assembleia da OMS deste ano.
Conclusão
A exclusão de Taiwan da 78ª Assembleia Mundial da Saúde destaca as complexas interações entre política internacional e cooperação em saúde global. Enquanto a China mantém sua posição contrária à participação de Taiwan, a ilha continua a buscar formas de contribuir para a saúde pública internacional, mesmo diante de obstáculos diplomáticos.