O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu ao ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, o direito de permanecer em silêncio durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) hoje. Conhecido como G. Dias, o ex-ministro não precisará responder perguntas que possam contribuir para sua própria incriminação nem sofrer constrangimentos físicos ou morais por exercer esse direito. A assistência por um advogado foi também garantida a Dias durante o depoimento. A decisão foi assinada pelo ministro Cristiano Zanin.
A permissão concedida por Zanin apenas se aplica a perguntas relacionadas ao inquérito contra Dias. “O paciente não está dispensado de responder a indagações objetivas e que não tenham relação com esse conteúdo, pois, quanto às demais formulações não inseridas na proteção constitucional, todos possuem a obrigação de não faltar com a verdade”, afirmou o ministro em sua decisão. Parlamentares da oposição ouvidos pela CNN disseram que vão buscar explorar as discrepâncias nas declarações de Dias e em documentos obtidos durante as investigações.
O ex-ministro, que estava no comando do GSI durante os eventos do dia 8 de janeiro, sobre os quais o inquérito se debruça, tem se mostrado tranquilo segundo seu advogado, André Callegari. A CPMI pretende investigar onde Dias estava e o que fez durante os eventos do dia, bem como o motivo de ter demorado a acionar reforços para defender o Planalto, apesar dos alertas recebidos.
