Em meio ao inquérito que investiga atos antidemocráticos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-assistente de ordens de Jair Bolsonaro, de se comunicar com o ex-presidente ou qualquer outro indivíduo sob investigação. A restrição se estendeu à esposa de Cid, Gabriela, e a outros ex-assistentes de ordens que são alvos do Supremo. Cid, que atualmente está detido sob suspeita de participar em um esquema de fraude em cartões de vacinação, compareceu à Polícia Federal para depor sobre as ações do hacker Walter Delgatti Neto contra sistemas da Justiça.
Moraes justificou a sua decisão ao citar novas evidências encontradas pela Polícia Federal no celular de Mauro Cid. As informações obtidas apontam para a existência de vários agentes envolvidos em diferentes facetas da investigação, que incluem um suposto golpe de estado e desvio de presentes oficias de alto valor vindos de governos estrangeiros. Para o ministro, a medida de proibir a comunicação entre os investigados é essencial para preservar a integridade das investigações.
A Polícia Federal relatou que mensagens obtidas dos celulares de Mauro e Gabriela Cid revelaram comunicações em grupos privados de WhatsApp que incentivavam a realização de manifestações antidemocráticas e a execução de um golpe de estado após as eleições de 2022. Além da incitação, a Polícia Federal afirma que estes indivíduos podem ter contribuído para os atos criminosos que ocorreram no dia 8 de janeiro de 2023, ainda que suas tentativas de golpe de estado tenham falhado.