No universo virtual contemporâneo em constante transformação, a figura do “Splinternet” tem ganhado destaque, instigando inquietações tanto em governos quanto em usuários. O termo refere-se a uma divisão provocada propositalmente na Internet, desligando regiões específicas deste ecossistema global. Com caráter político ou foco na repressão de dissonâncias, o Splinternet causa impactos significantes e nocivos.
Similar a uma vasta teia aracnídea que liga todos as regiões do planeta, a Internet é um sistema dinâmico que conecta mais de 65.000 redes únicas. Todavia, o Splinternet age como uma tesoura que corta os fios desta rede global. A prática é uma estratégia gubernamental que visa a desconectar áreas específicas da Internet de modo a impor sanções políticas ou sufocar a discordâncias. A maior preocupação está nas divisões intencionais, como aquelas realizadas pela Coreia do Norte, instaladas por meio do bloqueio de domínios específicos ou filtragem de endereços IP, criando obstáculos virtuais que separam e controlam a circulação de informações.
Segundo especialistas da DE-CIX, uma expressiva companhia de infraestrutura da internet, uma das consequências mais graves do Splinternet é o aumento da latência, impactando diretamente a rapidez e a qualidade das conexões globais. O Splinternet origina tempos de resposta mais lentos e largura de banda limitada, comprometendo não apenas a eficiência técnica do ciberespaço, mas também os princípios de liberdade de fluxo informativo e comunicação aberta que são marcas registradas da nossa era digital. Dessa forma, pode-se considerar que o Splinternet é mais uma questão política do que técnica, exigindo vigilância, diálogo e cooperação internacional para que a web continue sendo uma ferramenta de conexão, não de segregação.