O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou funcionários públicos de todos os ministérios para se reunir no desfile de 7 de setembro, numa tentativa de assegurar uma recepção favorável para ele e para barrar potenciais vaias e protestos. A presença dos futuros ministros do centrão, que ainda estão negociando suas posições com o Palácio do Planalto, não será requerida.
Na noite do dia 6 de setembro, Lula fez um pronunciamento sobre o significado popular do Dia da Independência, usando o exemplo da bandeira brasileira para enfatizar a unidade da nação e a necessidade de paz. A data foi planejada e executada para não ser politizada e para recuperar o orgulho nacional, com a visão do presidente de uma Pátria sem dono sob o slogan “Democracia, Soberania e União”
Desde a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) em 8 de janeiro, Lula pretende transmitir uma mensagem de unidade entre as três esferas do poder. Este objetivo está em contraste com os eventos do 7 de setembro do ano passado, quando o presidente Jair Bolsonaro se referiu ofensivamente ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-AL), e do STF, Rosa Weber, confirmaram presença na tribuna de autoridades, juntamente com os líderes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, todos demonstrando alinhamento com o governo Lula.
Apesar do recrutamento de deputados Andrẽ Fufuca (PP-MA) e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) para os ministérios do Esporte e dos Portos e Aeroportos, respectivamente, ambos não confirmaram sua presença no evento.
Os planos de reestruturação ministerial de Lula, inicialmente idealizados para fortalecer o apoio ao governo no Congresso, têm se arrastado por dois meses e gerado controvérsias. O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), expressou seu descontentamento com a entrega do seu ministério para o partido Republicanos, afirmando que essa ação beneficia um aliado de Bolsonaro.
Apesar da resistência de França, indica-se que ele será transferido para o ministério das Pequenas e Médias Empresas, o que será o 38º ministério criado durante o governo Lula.
De acordo com o Ministério da Defesa, comandado por José Múcio Monteiro, estima-se que a participação no desfile será de 30 mil pessoas, com cerca de 2.600 convidados designados para assistir à cerimônia. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) negou que houve metas de participação estabelecidas para cada ministério.
Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secom, expressou sua falta de preocupação com possíveis atos de vandalismo no evento, declarando que o 7 de setembro deve ser visto como uma ocasião para reforçar a democracia e a soberania nacional. José Mucio, por sua vez, afirmou que o ministério da Defesa está trabalhando para manter a paz e evitar qualquer conflito durante o evento.