O senador Jayme Campos (União Brasil-MT) relatou ter sido atingido pelas fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), caso que já afeta milhões de brasileiros. O parlamentar afirmou não ter autorizado qualquer pagamento à entidade envolvida, a Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas (Caap), e só percebeu o problema após investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União.
Campos, de 73 anos, contou que os descontos começaram em março de 2023, no valor de R$ 77,86, e que esse valor subiu para pouco mais de R$ 80 em março de 2024. O total descontado indevidamente de sua aposentadoria supera R$ 1 mil. Segundo o senador, um de seus assessores identificou a cobrança irregular ao verificar os extratos do INSS após a deflagração da operação federal.
O senador disse nunca ter tido qualquer contato com a Caap, entidade com sede em Fortaleza, no Ceará, a mais de 3 mil quilômetros de Cuiabá, onde reside. A associação é uma das 12 apontadas pela Advocacia-Geral da União como parte central do esquema de fraudes contra o INSS e é alvo de ação judicial que pede o bloqueio de seus bens.
Campos ressaltou que contribuiu com o INSS por 38 anos, desde os tempos em que teve a carteira de trabalho assinada na juventude, e manteve os pagamentos mesmo durante os períodos em que exerceu cargos públicos, como prefeito de Várzea Grande e governador de Mato Grosso.
De acordo com o INSS, os beneficiários que sofreram descontos serão notificados por meio do aplicativo Meu INSS a partir de terça-feira, 13. A medida tem como objetivo apurar quantos não autorizaram os pagamentos, permitindo ao órgão cobrar as associações envolvidas.