Pskov, uma cidade russa próxima à fronteira com a Estônia, foi palco de um dos maiores ataques de drones em solo russo nesta quarta-feira (30). Vários aviões de transporte ficaram danificados, provocando alarme e preocupação com a crescente inovação bélica na região. As autoridades russas afirmam terem frustrado a maioria dos ataques e não relataram vítimas, enquanto representantes do governo ucraniano relatam que múltiplos grupos de drones rumaram para a capital, Kiev, numa das mais intensas ofensivas vistas desde a primavera.
Segundo Augusto Teixeira, professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba, o uso de drones está se tornando uma realidade comum na guerra na região. Isso é particularmente perceptível na península da Crimeia, onde o uso de drones navais tem sido frequente. “A Ucrânia utiliza drones navais para destruir ou minar a capacidade e presença russa”, explicou em declaração. Além disso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky lançou um site para arrecadar fundos para a aquisição de uma “primeira frota mundial de drones navais”, com o objetivo de comprar 100 embarcações.
Em resposta à crescente ameaça de drones, a Rússia vem utilizando equipamentos feitos no Irã, como o Shahed 136, em seus próprios ataques. Ao mesmo tempo, o país também tem sofrido por sua própria mão, pois mais de 160 ataques aéreos e dúzias de ataques navais foram lançados contra a Rússia ou sobre regiões dentro da Ucrânia controladas pelos russos somente este ano, conforme monitoramento da rede britânica BBC. Para o professor Teixeira, o uso cada vez mais frequente de drones representa “uma proliferação absurda de diversos tipos”, que, variando desde aqueles empregados pelos soldados a pé até aqueles usados para atacar alvos distantes.