O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, está pressionando o presidente Lula para nomear o desembargador Afrânio Vilela para uma vaga aberta no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A indicação de Vilela reforça a disputa por dois assentos vagos no segundo tribunal mais importante do país, já contando com outros três candidatos postulantes.
A reunião em que Pacheco defendeu a nomeação do magistrado mineiro aconteceu na noite de terça-feira (29) no Palácio da Alvorada. A presença e o apoio de Pacheco destacam Vilela como um dos favoritos para a nomeação.
Pacheco estava acompanhado de Davi Alcolumbre, que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e de Jaques Wagner, líder do governo no Senado. Ambos defendem a nomeação do cearense Teodoro Santos, que é visto como o outro favorito para uma das vagas e é apoiado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas.
A escolha do próximo membro do STJ é de grande significância, pois o tribunal é composto majoritariamente por homens brancos, e a nomeação de Santos, que é negro e o único candidato nordestino, pode aumentar a diversidade na corte.
Entre os candidatos, o paulista Carlos Von Adamek e o carioca Elton Leme enfrentam obstáculos, já que o tribunal já possui vários magistrados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Adamek, apoiado pelo ministro do STF Dias Toffoli, também tenta se desviar da marca de ser unicamente um candidato de Toffoli, que tem sido criticado por Lula nos bastidores.
Adamek, que tem uma longa carreira em tribunais em Brasília, tem apoio de figuras jurídicas proeminentes e movimentos governamentais, como o grupo Prerrogativas. O ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, também apoia sua indicação.
Os defensores de Adamek dizem que sua nomeação poderia ajudar a dividir o poder atualmente concentrado em um grupo de 15 ministros, liderado por Luís Felipe Salomão.
Elton Leme, por sua vez, tem o apoio de setores influentes do Judiciário no Rio de Janeiro e obteve muitos votos no STJ devido ao apoio da seção carioca da corte. Leme também buscou estabelecer laços com movimentos da esquerda para sensibilizar o atual governo.
A indicação do desembargador Afrânio Vilela, defendida por Rodrigo Pacheco, pode ser uma maneira do presidente Lula agradar o presidente do Senado. Vilela é considerado um dos favoritos na disputa pelas vagas destinadas a desembargadores estaduais.
Na terça-feira (29), Lula assinou a indicação da advogada Daniela Teixeira para uma vaga de ministra do STJ. Ela era a única mulher na lista pré-selecionada pelos ministros da corte. Atualmente, o tribunal tem um total de 33 ministros. Se Daniela for confirmada pelo Senado, o tribunal terá 7 mulheres e 26 homens.