O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), apresentou um balanço das principais ações de sua gestão durante a estreia do programa Arena Oeste, no YouTube. Na entrevista, Nunes abordou temas como a Cracolândia, segurança pública, cultura, educação e transporte, destacando resultados e iniciativas da prefeitura em parceria com o governo estadual.
Sobre a Cracolândia, o prefeito afirmou que a redução no número de usuários na região é fruto de um trabalho integrado envolvendo saúde, assistência social e combate ao tráfico. Ele mencionou a prisão do traficante conhecido como Léo do Moinho e comparou dados: “Em 6 de maio de 2023, eram 651 pessoas na cena aberta de uso; em 6 de maio de 2025, esse número caiu para 103”.
Nunes negou denúncias de ações policiais violentas e disse que há monitoramento diário por dez equipes. Segundo ele, críticas surgem da confusão entre moradores em situação de rua e usuários de drogas. O prefeito também citou programas voltados à reintegração social, como casas de transição, o Programa Operação Trabalho (POT), com 20 mil vagas, e o programa Redenção, que dispõe de mil vagas preenchidas.
Ao falar sobre os desafios da recuperação, destacou que parte dos usuários exigirá acompanhamento contínuo, mesmo após desintoxicação e reinserção no mercado de trabalho. Nunes também exaltou o sistema de videomonitoramento facial Smart Sampa, atribuindo a ele a prisão de mais de mil foragidos e a solução de casos como os assassinatos do ciclista Vitor Medrado e da professora em Paraisópolis.
Questionado sobre possíveis riscos à privacidade, o prefeito afirmou que o sistema é seguro enquanto estiver sob gestão responsável e em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Nunes criticou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) em temas municipais, como a paralisação das obras de um muro na Cracolândia, após ação movida por PSOL e MTST. Também apontou interferência política de grupos ligados à esquerda e citou a atuação da entidade Craco Resiste e do padre Júlio Lancelotti, mencionando vínculos com o PSOL.
Na esfera política, descartou candidatura ao governo estadual em 2026 e reforçou apoio à reeleição de Tarcísio de Freitas. Declarou intenção de atuar como cabo eleitoral e manifestou expectativa de que Jair Bolsonaro possa concorrer novamente à Presidência.
Sobre os rumos do MDB, defendeu uma aliança conservadora, mesmo reconhecendo divergências internas. Afirmou ainda que o partido em São Paulo apoiará Tarcísio sem reivindicar cargos no governo estadual.