Um estudo realizado recentemente pelo IBESPE demonstrou que uma imensa parte da população brasileira concorda com a substituição da atual política de cotas raciais por cotas sociais. Este projeto de lei proposto hipoteticamente em um questionário, tem como objetivo permitir a todas as classes desfavorecidas, independentemente da cor da pele, o acesso a universidades públicas.
O estudo, que foi conduzido em todo o Brasil, abrangendo 212 municípios em 26 estados mais o Distrito Federal, foi realizado no início de setembro. Envolveu a realização de 1.080 entrevistas telefônicas para coleta de dados, seguindo os parâmetros do IBGE e TSE. A margem de erro da pesquisa é de 3,0 pontos percentuais, para mais ou para menos, com um grau de confiança de 95%.
Dentre os participantes das entrevistas, a pesquisa obteve amostras de indivíduos com diversidade de sexo, faixas etárias, grau de instrução, ocupação, renda, religião, cor, raça e índice de dependência governamental.
Seguindo uma metodologia baseada nos atributos da qualidade, credibilidade e imparcialidade, a pesquisa se destaca por sua fidelidade, garantindo que na condução do estudo não seria atendido mais de um candidato da mesma região no período eleitoral.
Quando questionados: “Você concorda com a criação de uma lei para acabar com as cotas raciais e colocar cotas sociais para que o pobre, independentemente da cor da pele, tenha oportunidade de estudar na universidade pública?”, os dados coletados apontaram que 65% dos entrevistados concordavam com a substituição das cotas raciais por cotas sociais, independentemente do grau de acordo expresso. Por outro lado, 16% discordaram dessa proposta.
Este levantamento proporciona uma irefutável evidência da mudança de opinião pública em relação às cotas universitárias no Brasil. A pesquisa sugere uma significativa demanda por uma abordagem de cotas que considera a situação econômica do indivíduo, independentemente de sua raça ou cor.
Ainda que esta pesquisa não tenha o poder de alterar a legislação exisnte sobre cotas, os resultados mostram tendências na opinião pública que podem vir a influenciar as discussões e decisões políticas no futuro. Esperamos por mais pesquisas e debates que possam lançar uma luz maior sobre este tema importantíssimo.