Relatora da CPMI dos atos de 8 de janeiro finaliza relatório no feriado

Eliziane Gama deve apresentar seu parecer na próxima terça-feira e pode pedir o indiciamento de Bolsonaro

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, está trabalhando no feriado de 12 de outubro para concluir seu relatório final. A parlamentar conta com a ajuda de uma equipe formada por um delegado da Polícia Federal, técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU), da Receita Federal e consultores do Senado.

O parecer de Eliziane deve ser apresentado na próxima terça-feira, 17 de outubro, e votado na quarta-feira, 18 de outubro, conforme informou o presidente da CPMI, o deputado Arthur Maia (União-BA). A expectativa é que o relatório seja aprovado pela maioria dos integrantes da comissão, que tem 15 senadores e 15 deputados.

Um dos pontos mais aguardados do relatório é a possível recomendação de indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por ter incentivado os atos de 8 de janeiro, que foram considerados uma tentativa de golpe contra as instituições democráticas. Embora a relatora negue oficialmente, fontes ligadas à CPMI afirmam que ela tem elementos suficientes para pedir a responsabilização criminal de Bolsonaro.

Os atos de 8 de janeiro foram convocados por apoiadores do ex-presidente, que não aceitaram sua derrota nas eleições de 2022. Na ocasião, milhares de manifestantes invadiram o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), causando depredações e confrontos com as forças de segurança. Bolsonaro discursou em um palanque montado na Esplanada dos Ministérios e defendeu uma intervenção militar para destituir os ministros do STF e os parlamentares contrários ao seu governo.

A CPMI dos atos de 8 de janeiro foi instalada em fevereiro deste ano, após requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A comissão teve acesso a documentos sigilosos, depoimentos de testemunhas e acordos de delação premiada que revelaram o envolvimento de políticos, empresários, militares e grupos radicais na organização e no financiamento dos atos antidemocráticos.

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