O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, condenado a mais de 400 anos de prisão, foi um convidado notável na mansão de Rodrigo Bacellar, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A residência em Teresópolis, avaliada em R$ 10 milhões, foi comprada pelo deputado e seu amigo, o advogado Jansens Calil Siqueira. Segundo relatórios, Calil financiou uma grande parte da compra da mansão e a cobertura onde Bacellar reside, alegando que o deputado é influente e suas conexões profissionais são benéficas.
A propriedade em Teresópolis tem visto uma enxurrada de encontros políticos, com Cabral confirmando não apenas sua visita, mas também uma estada noturna em dezembro passado, após ser liberado da prisão. Vale lembrar, essa visita aconteceu quando a mansão ainda estava em processo de reforma. Cabral, que ainda é obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica, alega ter uma forte amizade com Bacellar, uma ligação que remonta ao pai do deputado, ex-vereador de Campos dos Goytacazes, Marcos Vieira Bacellar.
Familiares de Cabral também ocupam cargos na Alerj. Em particular, o filho de Cabral, Marco Antônio Cabral, tem trabalhado no Departamento de Arquivo da Alerj desde que Bacellar assumiu a presidência, com salário de R$ 9 mil. Além disso, a ex-mulher de Cabral e mãe de Marco Antônio, Susana Neves Cabral, também tem um cargo na Assembleia. Ambos são suspeitos de desempenhar papéis estratégicos dentro da política do Rio, especialmente com as empresas interessadas em fornecer para o governo estadual. Também vale notar que a mãe de Cabral, Magaly Oliveira Cabral Santos, atualmente recebe um salário líquido de R$ 16 mil da Alerj.
