O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, apresentou nesta segunda-feira (12) um novo plano para restringir a imigração no país. A proposta do governo do Partido Trabalhista, de orientação à esquerda, inclui medidas mais rigorosas para concessão de vistos e endurece os critérios para permanência de estrangeiros no território britânico.
O plano prevê a redução do número de imigrantes, o aumento dos controles fronteiriços e a imposição de exigências mais rigorosas para a obtenção de vistos de residência, trabalho, estudo e reagrupamento familiar. A reformulação das regras ocorre após a derrota dos trabalhistas nas eleições administrativas para o partido Reform UK, que tem forte discurso anti-imigração.
Durante coletiva em Downing Street, Starmer declarou que o país precisa retomar o controle de suas fronteiras, destacando o impacto da imigração nos serviços públicos e nas tensões sociais. Segundo o premiê, a proposta visa combater organizações criminosas que promovem a entrada ilegal de estrangeiros, contrapondo-se às políticas de “fronteiras abertas” adotadas anteriormente.
Dados apresentados pelo governo apontam que mais de um milhão de imigrantes chegam ao Reino Unido anualmente, dos quais cerca de 50 mil entram de forma irregular pelo Canal da Mancha. Starmer afirmou que pretende “reduzir significativamente” esse número.
A proposta recebeu críticas de parlamentares trabalhistas e entidades de apoio a imigrantes, que classificaram o discurso do primeiro-ministro como “divisor” e “desumanizante”. Já o partido Reform UK comentou que o governo estaria adotando ideias defendidas por sua legenda.
Entre as mudanças previstas nas novas regras para imigração estão:
- Exigência de conhecimento avançado da língua inglesa para obtenção de visto, incluindo familiares;
- Obrigatoriedade de diploma para ocupações qualificadas;
- Proibição da contratação de cuidadores de idosos e faxineiros no exterior;
- Ampliação do prazo para solicitação de residência permanente de cinco para dez anos;
- Exceção para profissionais que contribuam significativamente com a sociedade britânica, como médicos e engenheiros.
Starmer ressaltou que morar no Reino Unido “não é um direito, mas um privilégio” e reforçou a necessidade de que os imigrantes se integrem à sociedade e aprendam a língua local.