A queda de um avião com o suposto nome de Ievgueni Prigozhin, líder do Grupo Warner e desafeto do presidente russo Vladimir Putin, levanta mais uma vez a suspeita de interferências políticas nos acidentes aéreos do país. Desde a guerra da Ucrânia, Prigozhin tem liderado uma série de motins contra Putin, demonstrando grande insatisfação. Conduziu uma marcha contra Moscou que só foi interrompida após intervenção do ditador de Belarus, Alexsander Lukaschenko. Desde então, tem vivido em exílio, recentemente divulgando um vídeo através de seu canal no Telegram onde aparentava estar na África.
Esta não é a primeira instância de opositores políticos de Putin encontrarem destinos sombrios. Boris Nemtsov, ex-vice-primeiro-ministro, foi assassinado a tiros ao sair de um restaurante próximo ao governo russo o Kremlin. Da mesma forma, o oligarca Boris Berezovski, que se desfez de laços com Putin, foi localizado morto enforcado no banheiro de sua mansão na Inglaterra, caso que os legistas afirmam ser um homicídio. Alexander Litvinienko, ex-oficial russo do serviço de segurança federal, morreu após ingerir uma dose fatal de polônio-210, adicionado ao seu chá por, supostamente, dois agentes da FSB.
Além desses casos, há ainda outros com suspeita de interferência do Kremlin. Na Polônia, parte da população acredita que Vladimir Putin teria causado a queda de um avião que levava o presidente Lech Kaczynski, juntamente com a cúpula militar e política do país, a um encontro conciliatório com ele. Alexei Navalny, opositor de Putin, foi envenenado com Novichok, um substância neurotóxica, em 2020 durante uma viagem à Sibéria, mas sobreviveu após um tratamento na Alemanha. Há ainda o caso do jornalista e ativista Vladimir Kara-Murza que sofreu dois envenenamentos misteriosos em 2014 e 2017, um dos principais esforço da oposição em 2011 para garantir sanções internacionais contra aqueles que violam direitos humanos na Rússia.