O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs neste domingo (11) a retomada das negociações diretas com a Ucrânia, sugerindo Istambul, na Turquia, como sede do encontro. Segundo o Kremlin, as conversações poderiam começar já na próxima quinta-feira (15), sem a imposição de condições prévias. A proposta foi apresentada poucas horas após líderes europeus pedirem um cessar-fogo imediato de 30 dias.
De acordo com Putin, o objetivo é discutir as causas profundas do conflito iniciado em 2022 e construir uma nova base para um possível acordo de trégua. O presidente russo defendeu o retorno ao diálogo suspenso em 2022 e evitou comentar o ultimato feito na véspera por Alemanha, França, Polônia e Reino Unido.
“Propomos às autoridades de Kiev que retomem as conversações que foram interrompidas em 2022 e, enfatizo, sem nenhuma condição prévia, iniciando sem demora na quinta-feira, 15 de maio, em Istambul”, declarou o líder russo.
Putin também criticou os termos exigidos por países europeus e acusou o Ocidente de manter uma postura antirrussa, rejeitando o uso de ultimatos e destacando a importância de um ambiente favorável ao diálogo diplomático.
Durante seu pronunciamento, Putin voltou a mencionar os argumentos utilizados para justificar a invasão da Ucrânia, como a necessidade de proteger falantes de russo no Leste ucraniano, a oposição à expansão da Otan nas proximidades da fronteira russa e a exigência de que Kiev abandone seu alinhamento com o Ocidente.
O presidente russo também reiterou sua visão de que a queda do então presidente ucraniano Viktor Yanukovitch, em 2014, representou um golpe de Estado. Pouco depois daquele episódio, tropas russas ocuparam a Crimeia, região de maioria étnica russa que permanece como ponto de tensão no conflito.