A possibilidade de criação de uma Guarda Nacional, proposta pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, levanta preocupações dentro do Exército Brasileiro. A sugestão, que vem sendo discutida desde janeiro deste ano em resposta a atos de vandalismo ocorridos no dia 8 do mesmo mês, consiste na junção de diversas forças de segurança para a proteção de prédios públicos. Nesta reestruturação, o papel do Exército na proteção da Esplanada dos Ministérios poderia ser significativamente reduzido, abrindo margem para questionamentos sobre a nova distribuição de responsabilidades.
A proposta é parte de um conjunto de medidas denominado “Pacote da Democracia”, apresentado por Dino à Presidência e à Casa Civil. A Guarda Nacional seria, então, um meio para evitar que “desavenças políticas ou dificuldades de diálogo” entre as unidades federativas comprometam a segurança na sede dos poderes governamentais. A ideia ganhou força, principalmente, após os eventos de 8 de janeiro, quando a efetividade da proteção militar foi questionada.
No entanto, o Exército refuta críticas quanto à sua atuação naquela data. Segundo os militares, o efetivo reduzido presentes na ocasião foi um pedido do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão responsável pela segurança do Palácio do Planalto e composto por militares. Foi lhes solicitado apenas 35 homens e para um general, entrevistado pela revista Veja, o Exército precisa ter precisão em sua atuação, a fim de evitar a criação da Guarda Nacional: “Se errar, vão criar a Guarda Nacional.” Ainda não há detalhes sobre a proposta da Guarda Nacional, já que o Ministério da Justiça e Segurança Pública mantém o assunto sob estudo.