O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, tecelou críticas a uma operação comandada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa operação visou oito empresários que supostamente trocaram mensagens suspeitas por meio do aplicativo WhatsApp. O inquérito, parte das investigações contra “milícias digitais”, visava apreender possíveis provas nos locais de residência desses empresários, que são apoiadores do ex-Presidente Jair Bolsonaro. A suspeita era de que estavam tramando um golpe de Estado através do aplicativo.
As mensagens que permearam a investigação foram obtidas pela Polícia Federal. Essas conversações entre um dos empresários, Meyer Nigri, e Aras foram classificadas como “abuso” pelo Procurador-Geral. O conteúdo dessas mensagens veio à tona depois que Nigri enviou para Aras um link de uma matéria jornalística sobre a operação. Após um ano de investigações, Moraes arquivou o inquérito contra seis dos oito empresários investigados, devido à falta de indícios de cometimento de crimes. Nigri e outro empresário, Luciano Hang, continuam sob investigação.
Na época em que a operação foi deflagrada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia se posicionado contrariamente. O site UOL, posteriormente, relatou que a defesa de Nigri alegou que o empresário apenas solicitou uma opinião do Procurador-Geral, negando qualquer pedido de auxílio-judicial ou tentativa de interferência. Além disso, o mesmo portal informou que a Polícia Federal detectou uma rede de contatos estabelecida por Nigri dentro da PGR, que incluía troca de mensagens com um assessor e um encontro com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo.