Em julho deste ano, o procurador federal Alessandro Antônio Stefanutto assumiu a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com o desafio colossal de enfrentar uma fila de quase 1,8 milhão de pedidos pendentes. Com carente número de servidores nas agências, apesar da convocação de mil funcionários para a posição de técnico do seguro social, Stefanutto tem em suas mãos uma tarefa hercúlea. Para tentar aliviar a carga, o INSS retomou o bônus por produtividade para servidores e peritos médicos, medida essa que tem enfrentado resistência devido à percepção de que irá apenas enxugar o gelo.
O presidente do INSS, em entrevista ao EXTRA, discutiu a gama de desafios à frente, refletindo sobre a natureza desumana do atraso na análise dos requerimentos e chamando a fila de “um desconforto enorme”. Stefanutto destacou as medidas tomadas até agora para combater o problema e delineou perspectivas futuras. Segundo ele, o instituto tem se concentrado em reduzir a espera para os 1,7 milhão de brasileiros atualmente na fila, insistindo que são pessoas, não apenas CPFs.
Stefanutto enfatizou a seriedade das deficiências estruturais e de pessoal que o INSS atualmente enfrenta, com uma falta severa de servidores prejudicando o processo de análise. No entanto, ele expressou otimismo pela retomada do PREVMóvel, um programa destinado a atender áreas com menos acesso a agências do INSS, e destacou que cerca de 35% das análises agora são feitas automaticamente. Ele concluiu a entrevista abordando a resistência dos médicos peritos à tentativa do governo de reduzir a fila de perícias, afirmando que a maioria não se opunha às medidas propostas.