A Assembleia Nacional da Venezuela, alinhada ao governo de Nicolás Maduro, iniciou nesta segunda-feira, 5 de fevereiro, um processo de diálogo com autoridades do regime e da oposição, visando a definição da data das eleições presidenciais. Contudo, esse procedimento é suspeito de manipulação e encenação.
Após a conclusão dessa fase, o plano será encaminhado ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão influenciado pelo chavismo e responsável por convocar as eleições. A ação ocorre em meio às crescentes dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral venezuelano.
Essa etapa de agendamento surge poucos dias após os Estados Unidos imporem, em 29 de janeiro, novas sanções ao setor de petróleo e gás da Venezuela. Essas sanções foram uma resposta à decisão da Suprema Corte de Caracas de declarar inelegível por 15 anos a principal candidata da oposição, María Corina Machado.
Enquanto setores dissidentes da oposição sugerem previsões para as eleições entre maio e setembro, com a Ação Democrática propondo 5 de julho como a data ideal, María Corina recusa-se a participar do processo liderado pelo Parlamento, classificando-o como uma “manobra” para uma “via eleitoral fraudulenta”.
Vale destacar que, em outubro, o governo de Maduro e a oposição assinaram um acordo estabelecendo eleições no segundo semestre deste ano, com monitoramento e observadores internacionais. No entanto, as recentes prisões de opositores e a decisão do Supremo contra María Corina levaram os EUA a reintroduzir sanções, levantando questionamentos sobre a validade desse acordo.
Com informações de O Antagonista.