O Ministério da Previdência anunciou uma considerável discrepância nas estatísticas da fila do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) recentemente publicadas. Conforme os dados divulgados, há 223,6 mil requerimentos a menos em comparação com um outro documento oficial do governo. Nesse contexto, os questionamentos sobre a divergência de números levaram a pasta a redirecionar o debate para o INSS. A justificativa apresentada é de que os números foram extraídos de fontes distintas e o boletim com registro mais alto seria ajustado para replicar a metodologia seguida pelo documento que indicava a fila mais enxuta.
A discrepância ocorre quando o INSS, juntamente com o Ministério da Previdência, lançou o ‘Portal de Transparência Previdenciária’ no início de julho. A plataforma tem a proposta de aprimorar o acesso dos cidadãos às informações sobre a fila de requerimentos, um tema delicado para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O lançamento contou com a presença do Ministro da Previdência, Carlos Lupi, e do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Na ocasião, os números apresentados pelo novo serviço indicavam 1,2 milhão de requerimentos pendentes de análise administrativa em junho, sendo 674,9 mil represados por mais de 45 dias.
Ainda assim, outro documento tradicional produzido pelo mesmo ministério, o Beps (Boletim Estatístico da Previdência Social), apresenta um cenário diferente. Conforme o 28º volume do Beps, publicado desde 1996, a fila de requerimentos em fase administrativa em junho somava 1,42 milhão, dos quais 809,4 mil aguardavam resposta por mais de 45 dias. O portal do INSS justifica a diferença nas estatísticas afirmando não ser uma inconsistência, mas uma metodologia diferente para coleta e análise dos dados.