O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva considera a nomeação de um representante do partido Republicanos para liderar o Porto de Santos, o principal hub de comércio do Brasil, em um esforço para acalmar a insatisfação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A jogada arguta visa aplacar descontentamentos ao integrar o Republicanos na administração do governo. Ainda como componente do plano, se o Republicanos, de fato, assumir o Ministério de Portos e Aeroportos, o governador Tarcísio seria envolvido no processo de nomeação do presidente do porto.
A situação é paradoxal para Tarcísio. Embora seja a favor da privatização do Porto de Santos, uma medida que podría gerar cerca de R$ 20 bilhões em investimentos para a região, ele também vê a entrada do Republicanos no governo Lula como um potencial golpe em sua postura de oposição política. Ao mesmo tempo, de acordo com fontes próximas, sua posição ainda está arraigada e não muda necessariamente com a inclusão de seu partido no governo federal. De qualquer forma, Tarcísio ainda vê valor em ter um membro de seu partido nas rédeas do ministério que cuida do Porto de Santos.
O potencial embaraço com o atual ministro da pasta, Márcio França, que se opõe à desestatização do terminal portuário, ainda permanece. Enquanto o Ministério de Portos e Aeroportos pode estar prestes a mudar de mãos, o próximo passo de Tarcísio seria intensificar as articulações para a privatização do porto. A evolução desta situação trará certamente novos desdobramentos significativos para a política brasileira e para a economia da região em torno do Porto de Santos.