A eleição presidencial em El Salvador, realizada no último domingo (04/02), revelou uma vitória expressiva para o atual presidente Nayib Bukele, que buscava a reeleição pelo partido governista Novas Ideias (NI). Com aproximadamente 31,5% dos votos apurados, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) salvadorenho divulgou números impressionantes: 1.295.888 votos para o NI, deixando a Frente Farabundo Martí para Liberação Nacional (FMLN) e a Aliança Republicana Nacionalista (Arena) muito atrás, com 110.244 e 96.700 votos, respectivamente.
Nayib Bukele não esperou pronunciamentos oficiais e, duas horas após o encerramento das votações, declarou sua vitória nas redes sociais, afirmando ter conquistado mais de 85% dos votos e pelo menos 58 dos 60 assentos no parlamento, alcançando um recorde na história democrática mundial.
Embora a Constituição salvadorenha proíba a reeleição, Bukele, estrategicamente, explorou uma brecha legal. Mesmo sendo o primeiro presidente da era democrática de El Salvador a buscar a reeleição, a interpretação da Constituição foi modificada de forma controversa em 2021, permitindo-lhe concorrer a dois mandatos consecutivos.
Em uma coletiva de imprensa, Bukele descartou a necessidade de uma reforma constitucional e destacou a importância de manter sua abordagem na luta contra grupos criminosos. Ele afirmou: “Não oficialmente, mas estas eleições são um referendo sobre o que estamos fazendo em El Salvador. Não estamos substituindo a democracia, estamos trazendo a democracia para El Salvador.”
A vitória de Bukele foi saudada pelos líderes regionais. O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, parabenizou Bukele e expressou disposição para colaborar no avanço da paz e do desenvolvimento. A chefe de Estado de Honduras, Xiomara Castro, elogiou o compromisso de Bukele com a segurança do povo salvadorenho. Além disso, a China enviou felicitações e expressou interesse em fortalecer os laços bilaterais.
Nayib Bukele, no comando de El Salvador desde 2019, é caracterizado como um líder conservador associado ao liberalismo econômico e ao populismo. O partido Novas Ideias destaca o combate à corrupção como pilar central, rejeitando rótulos de direita e esquerda.
A vitória do presidente, amplamente favorito nas pesquisas, marca um novo capítulo na história política de El Salvador, enquanto o país observa as mudanças propostas por Bukele para enfrentar os desafios socioeconômicos e de segurança. A reeleição do presidente promete influenciar significativamente o cenário político na América Central nos próximos anos.
Com informações de AV/BL (EFE, Lusa, AFP)