O Banco Central do Brasil revelou nesta sexta-feira que, em agosto deste ano, a poupança, uma das mais tradicionais formas de investimento para os brasileiros, marcou o seu sétimo mês consecutivo de retirada líquida de recursos. No total, a poupança registrou uma saída líquida de R$ 10 bilhões no último mês, acumulando um total negativo de R$ 80,293 bilhões ao longo deste ano.
Este dado é especialmente preocupante, uma vez que só em junho foi registrado um volume de aplicações maior que o número de resgates feito pelos investidores. O saldo total da poupança ao final de agosto foi de R$ 969 bilhões, considerando os pouco mais de R$ 6 bilhões de rendimento no período. Em comparação, o mês anterior registrou saques líquidos de R$ 3,6 bilhões.
Os números são ainda mais alarmantes quando lembramos que a poupança é um dos principais meios de financiamento do setor imobiliário. Em 2022, a retirada total líquida da poupança foi de R$ 103,2 bilhões, marcando o pior ano na história do instrumento desde o início do atual monitoramento em 1999.
Em resumo, esses números reforçam a tendência decrescente de popularidade para a poupança como uma opção de investimento entre os brasileiros. Com a persistência desta tendência, é provável que o setor imobiliário, que depende grandemente dessa aplicação para financiamento, possa sofrer consequências negativas.
Analistas do mercado financeiro sugerem que a baixa rentabilidade da poupança, combinada com a alta inflação, possa ser a razão desta fuga de investidores em 2023. Se confirmada esta tendência, poderemos esperar um grande impacto não apenas no setor imobiliário, mas na economia brasileira como um todo.
Olhando para o futuro, será importante acompanhar as medidas tomadas pelo Banco Central e pelo governo brasileiro para tentar reverter esta situação, além de buscar outras alternativas de investimento que possam substituir os papéis tradicionais da poupança no financiamento imobiliário e na economia como um todo.