O Níger, uma nação africana rico em ouro, prata e urânio, enfrenta atualmente um período de tensão política e militar sem precedentes. Desde o fim de julho, quando um golpe militar liderado pelo exército do Níger depôs o presidente Mohamed Bazoum, o país se tornou uma peça-chave nos conflitos geopolíticos entre Rússia e o ocidente. Segundo informações, na quinta-feira, 10, os países da África Ocidental aprovaram uma intervenção militar no Níger com o objetivo de retomar o poder das mãos dos militares golpistas. Esta ação tem o potencial para inflamar ainda mais a situação, levando em consideração que outros países, como Burkina Faso e Mali, também liderados por militares golpistas, veem qualquer ataque ao Níger como uma declaração de guerra.
A decisão de uma intervenção militar, apoiada por França, Estados Unidos e outras nações ocidentais, poderá conduzir o Grupo Wagner e a Rússia a se envolverem no conflito. Segundo Igor Lucena, economista e doutor em Relações Internacionais, isso poderia resultar em um conflito sem fim em outra região do planeta, agravando a já tensa situação global. A possível intervenção militar, entretanto, é vista com cautela devido ao medo de criação de uma guerra incontrolável entre os estados africanos. Há um esforço para solucionar o problema de forma democrática, entretanto, o cenário continua a piorar a cada dia.
A instabilidade política no Níger e em outras regiões da África é em grande parte devido à sua história colonial. Mohamed Bazoum assumiu o cargo em 2021, marcando a primeira transição de presidentes eleitos no Níger em 60 anos de independência. Os especialistas argumentam que os constantes golpes militares nesses países demonstram uma rejeição à forte presença europeia na região, mesmo após a independência. Atualmente, o Níger e outros países africanos enfrentam a contínua ameaça de golpes militares, alimentados por questões sistêmicas como inflação descontrolada, falta de direção política, pobreza e a constante ameaça do extremismo.