Em recente entrevista ao UOL, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, revelou que os R$ 17 milhões que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu de apoiadores através do Pix, plataforma de transação financeira, podem vir a ser bloqueados se “levantarem margem de desconfiança”. Segundo Rodrigues, a Polícia Federal está atualmente recebendo e analisando os dados bancários do ex-presidente. Essa análise torna-se programada a fim de melhor entender a natureza de milhões de transações realizadas por apoiadores de Bolsonaro.
Andrei Rodrigues pontuou que há uma possibilidade legal de ocorrer o bloqueio desses valores caso qualquer irregularidade ou suspeita seja identificada nessa investigação. O diretor-geral afirmou: “Nós estamos recebendo agora os dados bancários e fazendo análise desses R$ 17 milhões — e aí são milhões de transações. Ou seja, há possibilidade legal do bloqueio, sim, se houver qualquer suspeição de que não sejam transações normais, que levantem alguma margem de desconfiança.”
Entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho deste ano, Bolsonaro recebeu em suas contas um total de R$ 17,1 milhões. Esse valor, registrado em relatório pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), contabiliza a movimentação de 769 mil transações efetuadas. A razão para tal arrecadação, conforme disseminado por apoiadores do ex-presidente, seria para pagar multas processuais de Bolsonaro. O ex-presidente, ainda de acordo com seus apoiadores, estaria sendo vítima de “assédio judicial” e necessitaria de ajuda para quitar “diversas multas em processos absurdos”.