Em um desdobramento recente da investigação sobre o desaparecimento de joias e presentes enviados ao ex-presidente Jair Bolsonaro por delegações estrangeiras entre 2019 e 2022, a Polícia Federal (PF) encontrou um recibo de compra do relógio Rolex em nome de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente. Wassef, que recentemente repudiou as informações divulgadas sobre seu suposto envolvimento no caso, é visto como um dos suspeitos na operação ilegal de venda desses itens pelas autoridades.
Acredita-se que Wassef teria ido aos Estados Unidos para auxiliar Mauro Cesar Cid, então assistente de ordens de Bolsonaro, a recuperar o Rolex Day-Date 18946 vendido ilegalmente. A PF também identificou que a maioria das conversas telefônicas entre Cid e Wassef foi apagada. Após esses eventos e a repercussão das reportagens sobre a ausência das joias no acervo presidencial, os esforços para recuperar os itens, incluindo um anel, abotoaduras e um rosário islâmico, foram intensificados.
O recibo da compra do relógio foi encontrado durante o período em que Wassef e Cid estiveram nos EUA, com o jurista regressando ao Brasil com o relógio recuperado no fim de março. Cid, por sua vez, voltou a Brasília no mesmo período e entregou o Rolex a Osmar Crivelatti, seu braço direito. A recuperação do relógio e outras joias foi oficializada em uma agência da Caixa Econômica Federal em 4 de abril. A Polícia Federal planeja agora convocar Wassef para depor e investigar quem forneceu o dinheiro para a recompra do relógio, bem como a forma como os valores foram recebidos.