A Polícia Federal (PF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) fizeram uma apreensão inusitada na manhã de quinta-feira. O alvo foi o jogador de futebol Kayki da Silva Chagas, cujo endereço no município baiano de Camaçari foi surpreendido pela operação das autoridades. No local, os agentes encontraram um macaco-prego, espécie da fauna silvestre brasileira, que teria sido adquirido pelo atleta no Rio de Janeiro e transferido posteriormente para a Bahia, uma prática que é caracterizada como tráfico de animais.
O caso ganha contornos ainda mais peculiares, já que o macaco, conhecido por “César Pipico”, possuía um perfil próprio em redes sociais e era uma espécie de mascote do jogador, sendo famoso por aparecer usando fraldas e tomando mamadeira. No entanto, apesar da suposta legalidade da posse do animal, atestada por documentos, o IBAMA confirmou que a papelada era falsa. Diante disso, o macaco-prego foi apreendido e encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama, em Salvador, onde atualmente passa por um processo de reabilitação e avaliação para possível devolução à natureza.
A assessoria de imprensa de Kayki da Silva Chagas alegou que o jogador adquiriu o animal em companhia de toda a documentação forncida pelo vendedor e se colocou à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários. Mesmo assim, o envolvimento nessa situação pode colocar o atleta em maus-lençóis, já que os crimes de tráfico de animais silvestres e falsificação de documento público, pelos quais pode ser julgado, são de grande gravidade, despertando questionamentos a respeito dos limites que separam a intimidade e as escolhas pessoais das demandas de ordem ambiental e legal.