O depoimento do ex-ministro de Bolsonaro, general Augusto Heleno, à Polícia Federal sobre o caso da “Abin Paralela” foi adiado, sem uma nova data definida até o momento. A solicitação de adiamento partiu da defesa do ex-ministro, que busca acesso aos autos relacionados à investigação de um suposto esquema de monitoramento ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Inicialmente agendado para terça-feira (6), o depoimento faz parte das investigações que envolvem a Abin durante o período em que Heleno ocupava o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro. Na época, a Abin estava subordinada ao GSI, e Alexandre Ramagem, atual deputado federal, chefiava a agência.
Ramagem foi alvo de busca e apreensão na última quinta-feira (25), em decorrência da investigação que apura um possível esquema de monitoramento ilegal de autoridades e opositores do governo Bolsonaro. Em março de 2020, o ex-ministro Gustavo Bebianno revelou, durante uma entrevista ao programa Roda Viva (TV Cultura), que Heleno teria sido chamado para participar do esquema de espionagem, mas expressou preocupação com a ideia.
Bebianno, juntamente com o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, aconselhou o presidente a não aceitar a sugestão de Carlos. A nova fase da investigação da PF busca avançar no núcleo político, identificando destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente na Abin por meio de ações clandestinas.
Os investigados podem responder por crimes como invasão de dispositivo informático, organização criminosa e interceptação de comunicações sem autorização judicial. A defesa de Heleno busca esclarecimentos nos autos da investigação antes do depoimento, destacando a complexidade e a sensibilidade do caso.
Com informações da CNN.