A Petrobras foi apontada como a principal escolha das instituições financeiras para compor a carteira de melhores pagadoras de dividendos em julho, de acordo com um levantamento realizado pela CNN. A pesquisa considerou avaliações de instituições renomadas, incluindo Santander, Empiricus, XP, Guide, Ativa e BTG Pactual.
Os papéis da Petrobras receberam cinco recomendações, liderando o ranking. Em seguida, com quatro recomendações, apareceram Banco do Brasil, CPFL e Vale. Outras empresas destacadas foram BB Seguridade, Eletrobras e Itaú, cada uma com três recomendações.
Em abril, após um impasse sobre o pagamento de dividendos extraordinários, o conselho de administração da Petrobras aprovou a distribuição de 50% do valor total referente ao exercício de 2023. Essa decisão influenciou positivamente a avaliação dos analistas do Santander, que decidiram manter o peso dos papéis da estatal em suas carteiras. O BTG Pactual, por sua vez, aumentou sua exposição à Petrobras.
“Embora a companhia esteja sinalizando maiores investimentos, a verdadeira questão para nós é se esse aumento em potencial poderia sacrificar a capacidade da empresa de distribuir dividendos substanciais, e acreditamos que não”, afirmou a equipe do BTG em relatório.
No entanto, o mercado continua lidando com incertezas. O Ibovespa fechou o último pregão de junho em queda de 0,32%, acumulando uma alta de 1,47% no mês, mas com uma queda de 7,66% no primeiro semestre do ano. A Ativa Investimentos apontou em relatório que o cenário local segue desafiador, com o governo enfrentando dificuldades em convencer o mercado sobre seu comprometimento fiscal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com o arcabouço fiscal, mesmo diante de um déficit primário estimado em 0,7% do PIB para este ano. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o governo está empenhado em cumprir as leis complementares de finanças públicas e identificou R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que podem ser cortadas.
Além das questões fiscais, o mercado também observa com atenção a transição na presidência do Banco Central. O economista-chefe da XP Inc., Caio Megale, destacou a importância de clareza e transparência na gestão da política monetária após a saída de Roberto Campos Neto, como uma medida crucial para estabilizar o mercado.